terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Caso de Vidas Passadas

O caso de hoje é de um rapaz de 30 anos que buscou por terapia para se harmonizar quanto à ansiedade, desconfiança, auto-cobrança, autopunição, medo de ficar só e insegurança. Relatou que a sessão anterior o fez se sentir muito bem e a sair da insegurança com a namorada, fazendo com que passasse a gostar mais dela. Tem entendido que as coisas se repetem pelas vidas e que não se abrir para o novo era algo egoísta assim como se ocupar apenas com o conforto material, optou por fazer diferente agora e não abandonar a oportunidade de amar, tomando a decisão de ficar noivo. A namorada tinha muita insegurança com ele, achava que a qualquer momento ele iria deixá-la, mas com a terapia dele tudo mudou, deu um bouquet de flores e encomendou alianças, sentiu com muita convicção esta decisão. Renovou o relacionamento ao se transformar e a namorada, por conseqüência da sua mudança também. Nunca tinha sentido esta sintonia antes com ela, e hoje fazem planejamentos futuros a dois. Aproximou-se do pai e do irmão desde que iniciou as sessões terapêuticas. Dando seqüência à terapia regressiva, aprendamos junto, ao inteirarmos do que ele acessou desta vez:
_ Estou com sapatos pretos, camiseta branca, jaqueta preta, cabelos perto do pescoço, cavanhaque, mas sou eu. A parede é macia revestida de tecido. Sou jovem, estou no corredor com o mesmo senhor negro sentado (identifica seu já conhecido Mentor Espiritual), tem um lustre grande. Acontece um baile de gala militar. Musica boa (ri). Acabaram de me chamar para um brinde. A banda de música parou, estamos num palanque dentro do salão, nós recebemos alguma homenagem, entre um deles reconheço um amigo meu de hoje. Muitos não estão aqui mais. Isso me deixa triste. Champanhe, muitos detalhes dourados.
Fui para a parte de fora do salão, a homenagem acabou. A festa continua. Fumo uma espécie de charuto ou cigarrilha e fico olhando a vista (respira por vezes). É bom estar aqui, gosto muito, consegui voltar. Tantos de nós não conseguiram. Tem uma moça comigo que me abraça, faz carinho nas minhas costas. Acho que não a conheço. O salão fica em frente a um rio e do outro lado vejo muitas luzes da cidade.
_ O que o angustia? – o pergunto.
_ As coisas que vi... Agora essa festa... Ninguém sabe, só nós (Treme, defende-se, desespera-se).
_ O que acontece?
_ Muitos aviões, bombas, explosões por perto, tá escuro. A gente corre, eles vêm de todo lado, quero sair daqui, é uma guerra.
_ Quem são os inimigos?
_ Nessa batalha, os japoneses. Quero proteger todos eles, meus amigos, mas muita gente morre todos os dias. É um inferno isso (agoniza, respira). Somos a marinha dos EUA.
Avança-se o tempo e ele acompanha o transcorrer da guerra:
_ Ainda estou na guerra. Tem muita gente inocente que sofre. O batalhão passa pelos escombros e muita gente vive ali. Please... (Balbucia em inglês, língua desta vivência passada). Vivem como porcos, por quê? Vejo os olhos deles, como nos olham as crianças... me sinto horrível. Já estou nesta vida há anos, não sou o mesmo. Somos remanejados. É uma carnificina a guerra. Já não há resistência. Acabou, a gente sabe, mas os vermelhos vão cuidar. É Itália. Nosso prazo está acabando aqui, vou dividir meu biscoito com uma menina. Ela não tem ninguém, isso me corta o coração. Consigo ver uma ponte de pedras que atravessa o córrego pequeno, prédios em escombros, móveis destruídos... é terrível... Ah... Eu to muito cansado disso. Vejo uma fonte seca e mais nada aqui.
Com o passar dos dias e meses, continua descrevendo a regressão:
_ Estamos indo embora num avião grande, trocamos tapas nos ombros dos outros...estamos indo embora para casa. Dividimos fotos para namorada, mães e irmãos. Guardei uma foto na carteira.
Estou de volta em casa, tenho carta de correio, calçada, porta com tela, casa de madeira, rua tranqüila, arvores na frente de casa, eu voltei. (Ri). Pára mãe! É minha mãe feliz por eu ter voltado para casa.
Temos poltrona, um rádio bem velho. A moça da foto é minha irmã também na minha vida atua. O carinho que tenho por ela...! Revejo meus amigos, parece interior, mas é cidade grande, tenho um carro engraçado, de cor vermelho ou laranja, grande.
Meu pai conseguiu uma vaga para mim no jornal. Gosto do emprego. Eu escrevo colunas. Sou bom nisso, tenho uma sala, gosto muito do que faço, sou muito metido. Uso suspensório, camisas longas. À noite, nos encontramos em lanchonetes. Muitos carros com rádio. Olha...! (Admira-se). São noites e tanto! Sou uma figuraça da turma. Uma vida muito feliz. Sanduíches e cerveja, Pessoal, hoje é por minha conta! (ri). Adoro isso aqui. Grama verde, vista boa.
Ainda mesma época. Vejo quadros na parede de madeira, muitas garrafas, é uma festa, um tipo de bar, muito gostoso aqui. Marquei com um amigo. Ela é linda...! (encanta-se). Esse amigo me trouxe uma prima (sorri). Conversamos. As moças usam vestidos engraçados, babados, muitas bolas, laços na cabeça, fitas. Eu danço com esta moça, preciso me certificar de quem é. Só sinto o perfume, o abraço dela, o perfume. Eles incentivam, ela fica sem graça. Eu acho que conheço esta moça. Sou muito namorador. As meninas bonitas... gosto de todas elas, mas essa é diferente. Era só paixão com as outras. Essa é diferente, ela é diferente. Eu não estou amolecendo. Tá bom... eu estou (sorri enamorado). Tinhosa. Faz de propósito, sempre passo de frente da casa dela. Ela não diz não e nem sim. Parece que gosto desta brincadeira, aos poucos começo a romper todos os contatos com aquelas moças. Com algumas delas acabei me encontrando de novo. Ver, encontrar, mesmo contexto. Não me apego a ninguém, mas essa é diferente. Quando passo na porta, ela dá um sorriso. Ela entra no carro. É ela de novo... não é possível! (reconhece a moça como a atual namorada). Finalmente ela vai sair comigo!
_ Então ela é alguém da vida atual? – o perguntei já que ele espontaneamente já havia identificado.
_ Claro! Sempre! (ri).
_ Agora você está convicto?
_ O sorriso é o mesmo, é perfeito.
_ E os olhos?
_ É ela! Ela se diverte, eu estou apaixonado, mas ela não está. Eu a prendi pelos braços, ela fugiu. Encostei-a no carro, nos olhamos de frente. (respira). O beijo... é isso.
Mais adiante nesta mesma vida, ele continua:
_ Nós vamos viajar, toda a turma. Vamos para a praia. O beijo foi bom. Não me encontrei mais com as outras. Depois começamos a namorar. Ela foi para a praia também. Todos vão juntos, mas ele depois. Eu escrevo na reportagem. Só vou demorar um dia, falei que iria me encontrar com eles. Há uma casa na praia.
Já é noite. Dou carona para uma colega do escritório. Eu iria amanhã de manhã, mas já estou aqui... vou agora. Fica só há 2 horas daqui. Vou fazer uma surpresa para ela. Está chovendo muito (mexe-se abruptamente e depois fica imóvel). Está frio. Perdi o controle do carro, bati de frente. É um caminhão, morri ali. Ainda sinto a chuva, meu corpo dentro do carro.
Já na dimensão espiritual, relata:
_ Eu matei muita gente, são essas pessoas que estão aqui... Eu não queria... Não queria... (culpa e remorso). Fico encolhido por bom tempo, tem lama, parece uma batalha de guerra. É muito frio, tenho saudade da minha vida. Peço socorro, quero sair daqui.
_ Quem o resgata para receber Luz?
_ Estou muito machucado por causa do acidente. Aquele senhor negro (seu Mentor Espiritual) cuida de mim agora. Minha mãe sofre muito por minha morte. Ela chora. Isso me faz mal. A namorada lembra sempre de mim, reza por mim. Meu peito dói.
_ Qual o aprendizado que ficou gravado na memória do espírito? Sintonize com seu Eu Superior.
_ Que são os ideais sem amor? Ideologia sem amor? Por que tudo aquilo?
_ Qual a influência dessa vida passada em sua vida atual?
_ As crianças e as pessoas que eu vi e não ajudei, por isso eu morri cedo, eu encurtei a vida de tantos, eu não podia viver mais.
_ Você mesmo havia atraído a morte prematura naquela vida como forma de autopunição?
_ Abandonei uma vida feliz, esse foi meu débito, tinha um bom emprego, uma namorada que eu gostava, uma família, um lar. Hoje eu quero cuidar da minha família e amigos que não consegui proteger, escrever coisas boas, sentir felicidade com as crianças. Quero dar mais, não só biscoitos e agora eu posso. Pode ser diferente. Por isso eu nasci aqui. O Brasil é lugar iluminado, por isso vim para cá. Preciso trabalhar. Minha irmã sofreu tanto com minha partida. O carinho que minha irmã tem por mim... Ela tem orgulho de mim, agora eu entendo. Ela não gosta que eu fique longe por muito tempo (mais e mais despertares vão ocorrendo ainda em sessão). Eu não queria ter morrido tão cedo.
Encerra a sessão muito tranqüilo, feliz e por entender um pouco mais que o importante são os aprendizados. Este cliente está compreendendo que sua ansiedade na vida atual tinha a contribuição e ressonância do passado no qual alimentou a culpa. Por trás da ansiedade, em maior ou menor grau, sempre há o sentimento de culpa consciente ou inconsciente, do qual vem se libertando gradativamente através das sessões terapêuticas e sua resignificação e harmonização através da Terapia de Vidas Passadas.

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